O Que Aprendi Com 12 Meses de Leitura

boloa aniversario

Hoje é Dia do Livro e dia do primeiro aniversário do 12 Meses de Leitura. Um ano se passou e que ano! Quantas coisas aconteceram, tantas mudanças dentro e fora de mim.  Estou aqui para comemorar afinal, os livros foram grande parte das mudanças boas. Apesar de não ter lido tantos quando gostaria, cada um teve sua importância e principalmente, falar sobre eles aqui no Blog me fez despertar também para a escrita, coisa que hoje me realiza como nunca antes na história desta vida.

Comecei o primeiro livro, o Visagismo Integrado, no dia 19 de fevereiro de 2012. Era domingo de carnaval e fui ao shopping almoçar. Havia proposto a mim mesma, ler pelo menos um livro por mês, daqueles que eu tenho a muito tempo, mas acabei comprando outros já que eu estava por ali. Foi assim que comecei. Logo, esta parte do acordo eu não cumpri. Dos livros que eu já tinha, somente um eu li por completo, o Empreendedorismo na Veia. Valeu tanto a pena que acabei dando para uma pessoa que certamente vai aproveitar mais do que eu, alguém mais empreendedor. Mas continuo carregando os outros comigo, uma hora eles devem se encaixar com o momento da minha vida.

No total foram 15, pouco mais do que a média proposta. Apesar de ser menos do que eu almejava, já estou bem feliz com o resultado. Dentre eles o que mais me marcou foi o Ensaio sobre a Cegueira. Se quiser entender porque é só ler o texto.

O que devo ler?

Esta foi uma das coisas que aprendi. É muito importante escolher um livro compatível com o momento pessoal, às vezes uma simples distração, uma lição de moral ou um pouco de fantasia é o que precisamos. Em outros momentos podemos precisar de orientação, de instrução, de conhecimento palpável.

Se fizermos uma boa escolha, podemos encontrar muitas respostas, no caso contrário, nos perdermos um pouco mais. Hoje só acredito que seja realmente seguro ler “qualquer coisa” se estiver com o coração muito tranquilo. Esta pode ser uma visão muito pessoal, mas uma das coisas que aprendi neste ano, é que sou uma pessoa altamente influenciável por energias ruins, então, sempre vou procurar fugir delas.

Pessoas que leem podem ser mais inteligentes

livro cama

Algumas pessoas me procuram para se aconselhar, para que exponha minha opinião sobre qualquer assunto, para emprestar livros. Elas me acham inteligente porque sabem que tenho o hábito de ler. Claro que esta mudança me felicita, mas entendi que quanto mais eu leio, mais percebo que sei muito pouco.

Acredito que só a iniciativa de ler um livro, seja qual for o fim – aprender a técnica, para o autoaperfeiçoamento, ou mesmo para a melhora de sua ortografia – é a vida se mostrando em movimento, mostrando que sempre é possível melhorar. Desta forma, a leitura exercitando o cérebro, releva ao leitor sua capacidade de usar a inteligência.

Mas por outro lado, neste ano, me deparei com muitas pessoas se apoiando na máxima de que “pessoas que leem são mais inteligentes” para justificar sua imposição de ideias, sua verdade absoluta, sua arrogância com pessoas menos instruídas, e conclui que ler pode tornar alguém detentor de maior quantidade de informações, mas não dá sabedoria instantânea.

Li recentemente no blog Sobre a Vida, um texto da Juliana Baron Pinheiro onde ela fala sobre pessoas que se gabam de ler tanto que leem até rótulo de xampu. Ela conclui dizendo: “Adquirir o hábito da leitura é uma dádiva, mas não filtrar e escolher aquilo que você lê é perda de propósito”. Concordo plenamente. Acho qu ler sem conseguir extrair algo de bom daquilo é muito triste.

Sei que nem todos querem ser sábios, mas para mim não há sentido em ser inteligente, em deter conhecimento, se não consigo usá-lo para me sentir melhor, viver melhor, compartilhar e ajudar outras pessoas.

Certa vez estava eu na livraria, quando vejo a filha de uns 12 anos dizer ao pai que queria comprar “O Hobbit” e ele responde: “que horror, que livro é esse? Tem que ler esse aqui ó, esse que é bom, eu já li” enquanto apontava para “A Cabana”. Nada contra a Cabana – inclusive está na lista daqueles que vou ler um dia – mas deixar a filha escolher seus próprios livros seria uma atitude mais sábia do que impor sua opinião.

Entretanto na via oposta, só descobri que algumas pessoas cultivam a leitura por elas terem me procurado. Sabendo do meu projeto ou vendo livros espalhados pelo quarto, vieram me contar das coisas que leram, o que aprenderam, o que sentiram, o que gostam de ler e finalmente, encontraram um ouvido que as ouvisse, alguém para compartilhar. Pessoas que descobriram ou estão descobrindo o quanto a leitura pode ser uma boa companheira, sem julgamentos, sem pré-disposições… Poucas coisas são mais gratificantes que presenciar isto.

Livros de autoajuda podem ajudar pessoas

Em alguns grupinhos de pessoas que leem, há também muita discriminação como nos grupos de estilos musicais. Os roqueiros que odeiam os pagodeiros, que odeiam os sertanejos que odeiam os funkeiros… Nos livros isto também acontece, apesar de eu acreditar que não deveria. Mas existe um deles que é o mais prejudicado. O livro de autoajuda que é tido como “livro para gente fraca que não sabe o que fazer com a própria vida”. Então eu pergunto: quem sabe?

Perante a sociedade é feio assumir as dificuldade pelas quais passamos, é melhor fingir ser bom do que revelar as fraquezas. Pessoas que buscam um livro desta categoria, estão apenas tentando achar um rumo, viverem mais feliz. Há algo de errado nisto?

Temos coisas a aprender com pessoas que não leem

As coisas belas da vida não estão só nos livros. Existem outros veículos. Muitas vezes, a nossa observação é capaz de captar e processar coisas incríveis vinda de onde pouco esperávamos.

E tem gente que vive assim. Sem ler ou assistir jornais, tevê, sem seguir o G1 no twitter, sem ver um filme Cult, sem ir ao cinema, sem ler livros. Mas independente desta falta de interesse delas por informação ou instrução, muitas conseguem nos dar exemplo, através das atitudes, de como aproveitar as coisas simples e boas que a vida oferece. Só com o amor que exalam, conseguem influenciar nossas ações e mostrar que existem visões diferentes para tudo. Encontrei e tive a sorte de conviver neste último ano, com muitas pessoas que levam a vida assim. O que sinto e aprendo observando essas pessoas é algo como:

“Se quer fazer faça, se quer amar ame, se quer mudar mude, você é livre e pode tudo, contanto que não prejudique ninguém.”

 Porque feliz aquele que não precisa de livros para descobrir tais ensinamentos.

Deixar a vida fluir

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Mesmo que a vida seja feita de mudanças constantes, acredito que coisas boas podem ficar, isto é uma escolha. Escolhi que os livros devem ficar e se por acaso eu estiver lendo menos do que gostaria, que eu esteja usando este tempo para escrever.

Quando estou triste eles me distraem, quando estou ansiosa me dão respostas, quando sinto dor me dão consolo, quando estou feliz, felicitam-se comigo. Estes pequenos amontoados de papéis são ótima companhia e sou feliz por tê-los.

Por fim, aos leitores do que escrevo, só tenho a agradecer. Aos que passaram por aqui, muitas ou poucas vezes, palpitaram, divulgaram.  Apesar de poucos, cada reconhecimento é um estimulo a seguir em frente portanto, continuarei lendo e escrevendo pois tenho muito a aprender para compartilhar.

Obrigada!

Patrícia Bedin

3 ideias sobre “O Que Aprendi Com 12 Meses de Leitura

  1. Paulo R. Ribeiro

    Feliz ao ver o projeto completando um ano. Bacana a gente olhar para trás e ver o quanto já avançou, huh? Acompanho o site desde (quase) o início, então vim evoluindo com você tb.

    Você está entre as 0.0001% das pessoas que começam a blogar e passam pelo 1º aniversário de vida, parabéns!

    Que venham mais e mais livros.

    Alguns comentários sobre o texto:
    – “É muito importante escolher um livro compatível com o momento pessoal” Totalmente de acordo.
    -“Livros de autoajuda podem ajudar pessoas”
    Não tenho preconceito, já li e acompanhei a obra de Tony Robbins, por exemplo. Mas eu diria que quase nenhum livro de autoajuda ajuda de verdade, são poucos demais. E os que ajudam, bem, há modos muito mais eficientes de avançar, se alguém estiver lá para te contar quais são. Por isso, acho ok as pessoas lerem, mas tento divulgar caminhos alternativos (e seguros) melhores que vi por aí.
    – Quanto às pessoas que se gabam de ler, bem, isso é um problema com a personalidade delas, não necessariamente com a leitura. Mas fico sim desapontado ao, por exemplo, conhecer uma garota que não lê. Parece que o universo no qual a gente vai se relacionar acabou de ficar muito pequeno.

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    1. Patrícia Bedin Autor do post

      Paulo, fico feliz de saber que evoluimos juntos!
      Quanto aos comentários, eu quis dizer que há de tudo um pouco, gente que se gaba de ler, gente que lê escondido, gente que procura autoajuda, gente que detesta autoajuda… e que ler, não torna uma pessoa melhor se ela mesma não quiser isso. Entendo plenamente você dizer que perde o encanto por uma garota que não lê… Mas falo também das outras pessoas todas, com quem convivemos no trabalho, escola, essas coisas… o pouco que trocamos de experiência… elas podem ter algo a ensinar… que sabedoria pode estar no coração, não só nos livros 😉

      Mas, eu ainda gosto de procurar nos livros, e que venham muitos mesmo.

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